terça-feira, 12 de novembro de 2024

TODOS GOSTAM DE LER ...CONTOS DE FAZER TREMER

 PARA QUEM DIZ QUE AS NOVAS GERAÇÕES NÃO GOSTAM DE LER...

...fica aqui uma pergunta para reflexão: não se dará o caso de estarmos, em Portugal, perante a geração (as nossas crianças, adolescentes e jovens) que mais lê, em diversos suportes e textos de diferentes tipologias...não obstante: leitura? Será que há quem considere que os mais novos não leem...porque não querem ler o que lhes é imposto, mas sim o que gostam de ler?

     A questão fica no ar, mas perante tantos pedidos de mais "contos de assustar" , cá fica mais um conto (e a sugestão de leitura para a iniciativa "10 Minutos a Ler"):

A Casa da Colina

A Casa da Colina

    Na pequena vila de Eldermoor, situada no isolado condado de Edenstar, havia uma colina onde se erguia uma antiga casa, envolta em lendas e mistérios. Os moradores evitavam aquele lugar, especialmente ao cair da noite, quando a neblina se arrastava como um véu sobre a terra.

     Certa noite, um jovem chamado Lucas, curioso e destemido, decidiu explorar a casa. Com uma lanterna em mãos e o coração acelerado, subiu a colina. A casa, com suas janelas quebradas e portas rangendo, parecia esperar por ele...

      Ao entrar, um frio intenso o envolveu. Junto às paredes húmidas, havia móveis antiquíssimos e empoeirados, com teias de aranha por todo o lado... um cheiro de mofo pairava no ar. Lucas começou a explorar, lembrando-se das histórias que ouvira sobre os antigos moradores, uma família que desaparecera tragicamente sem deixar rastros.

     Enquanto caminhava pelo corredor, Lucas ouviu um sussurro suave. Parou, segurando a lanterna mais firmemente. O sussurro se tornou mais claro, como se alguém o chamasse pelo nome. Intrigado, ele seguiu a voz, que o conduziu até uma porta fechada no final do corredor escuro, iluminado apenas pela fugidia e tremeluzente luz da lanterna.

     Com um impulso, abriu a porta. A sala estava vazia, exceto por um antigo espelho emoldurado em ouro. Ao aproximar-se, a voz tornou-se um grito agudo e desesperado. Lucas viu o seu reflexo, mas ao mesmo tempo, algo mais: uma figura sombria e assustadora atrás dele, com olhos vazios e um sorriso distorcido.

      Ele virou-se rapidamente, mas não havia ninguém. Com o coração batendo forte, decidiu que era hora de sair. No entanto, ao voltar para o corredor, as paredes pareciam  fechar-se ao seu redor. Cada passo levava-o mais fundo na casa, e a voz agora estava no seu ouvido, murmurando segredos obscuros.

     Desesperado, Lucas correu em direção à saída, mas as portas estavam trancadas. Ele  virou-se para o espelho novamente, e o que viu paralisou-o: a figura estava agora ao seu lado, refletida com um olhar maligno. O espelho começou a brilhar, raios intensos emanavam, puxando-o, sugando-o com uma força inexplicável...

    Com um último esforço, Lucas gritou e lançou a lanterna contra o espelho, que se quebrou em mil pedaços. O grito da figura ecoou pela casa, enquanto uma onda de escuridão o envolveu. Ele sentiu um frio cortante e, num instante, tudo ficou em silêncio.

     Na manhã seguinte, os moradores encontraram a casa vazia novamente, mas a lanterna de Lucas ainda estava lá, iluminando a sala, como se esperasse pelo próximo curioso a desafiar a lenda da Casa da Colina.

 

João Benjamim da Silva Varela 6A