terça-feira, 29 de novembro de 2022

Já é Natal da Biblioteca Escolar! - 10 Minutos a Ler

 


     A  Biblioteca Escolar está decorada com uma árvore dos contos. Podes requisitar estas breves, mas maravilhosas narrativas, cujas temáticas são: Ternura, Responsabilidade, Sinceridade, Diligência, Tolerância, Paciência, Justiça, Compaixão, Honestidade e Generosidade. Não são temas "natalícios", são temas de sempre e de todos os dias. Também podes sugerir a um professor que leia na aula ou autorize a leitura, realizada por um aluno (nomeadamente por ti!). São contos breves, será um investimento temporal de breves minutos, mas... talvez dos instantes mais frutuosos do dia...e de uma vida! 
       Todos precisamos de imergir nestes Valores, que são Princípios universais e atemporais. Podemos perguntar-nos: se certos líderes mundiais tivessem crescido a ler contos sobre estes valores (de Bondade, Humildade e Respeito), o mundo seria hoje o que é?

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

"MULHER" NÃO PODE SER SINÓNIMO SITEMÁTICO DE "VÍTIMA"


     Segundo dados estatísticos, a repulsa, desprezo, discriminação, ódio ou a violência contra pessoas do género feminino é maior do que a registada por motivo de orientação sexual, raça, religião, etnia, aparência ou condição social.
      Citando o filósofo e historiador Leandro Karnal, "A tradição da misoginia é, certamente, a mais sólida de todas as tradições preconceituosas do planeta. A misoginia é o preconceito mais antigo, estruturado e danoso de todos. [...] A violência contra a mulher é histórica e cultural e irá aumentar à medida que a consciência feminina trouxer essa questão cada vez mais à tona para debate. Ela deve aumentar exatamente porque as mulheres, com toda razão e muita dignidade, estão enterrando um período histórico de aceitação da violência, estão enterrando séculos de tolerância ao assédio, séculos de ocultação da violência doméstica. Nós temos dias muito promissores na luta pelos direitos das mulheres pela frente. Mas teremos também muita violência."

    A violência contra as mulheres é praticada no contexto de uma determinação e distribuição social dos papéis masculino e feminino, atribuindo pesos e importâncias diferenciados a cada um, na medida em que supervaloriza os masculinos em detrimento dos femininos. A inferiorização dos papéis desempenhados pelas mulheres e a subordinação a que elas são submetidas, além de por si só já serem intensamente prejudiciais às mulheres, normalmente vêm acompanhadas de outras espécies de violência: física, psíquica, emocional, sexual, financeira e patrimonial, entre outras.

   É assim que, de forma consciente ou não, com mais ou menos intensidade, a discriminação, dominação e submissão das mulheres opera-se nas relações sociais e nas relações interpessoais, levando em muitos casos, exatamente em face do desequilíbrio do poder, aos reiterados episódios de violência. Só uma profunda  mudança de mentalidade possibilitará a equidade de direitos, independentemente do género. Fica a esperança de que as gerações futuras assumam uma posição mais justa e igualitária. As gerações do futuro, porque, atualmente, o cenário é extremamente perturbador. Entre a retórica de defesa e a prática de defesa da mulher-vítima há um abismo! A mulher-vítima, além de alvo do agressor, é, não raras vezes, nos meios em que circula, uma pessoa incómoda, que contraria a pseudonormalidade quotidiana, que arranja problemas quando tudo estava (vamos fingir que sim) na santa paz de Deus. Mulher duplamente vítima. Vampirizada de tudo, por muitos. Até pelo silêncio do fazer-de-conta-que-nada-aconteceu. Haja esperança nas gerações futuras!

       



quarta-feira, 16 de novembro de 2022

CONCURSO... DIA INTERNACIONAL DO MAR!!!


    Hoje celebra-se o Dia Internacional do Mar. É fundamental manter o mar limpo e respeitar os seus ecossistemas. Se analisares a imagem com atenção vês uma onda e, ao fundo, o nascer do sol... Essa imagem pode representar os dias tempestuosos que vivemos, mas também a luz de esperança que se projeta no futuro...
    Elabora um texto poético sobre o tema "O MAR" (uma página~, no máximo) e envia para silviapinto@escultorfsa.pt
    Os três poemas mais emotivos serão premiados! Podes também ilustrar o teu texto...


 

Concurso - Centenário do nascimento de José Saramago


   A Biblioteca Escolar convida-te a requisitar a obra A Maior Flor do Mundo, de José Saramago e a elaborar uma flor em cartolina, com uma palavra bonita em cada pétala! Palavras como Amor, Paz, Carinho, Afeto, Sorriso,...

   Entrega, até ao fim do mês, o teu trabalho na Biblioteca e... quem sabe... não serás tu o premiado?

E a Vencedora do Concurso de S.Martinho é...

Angelina Ferreira, do 8ºA!

Eis as quadras vencedoras:

S.Martinho, S.Martinho

Foi forçado a lutar

Mas tinha um coração de ouro

Sempre pronto a ajudar...


Cortou sua quente capa

P'ra um mendigo agasalhar

Salvá-lo de um frio intenso

Deus a ver...e a aprovar!


Muitos parabéns à vencedora e a todos os participantes!

E que se mantenha sempre a tradição do S.Martinho!




DIA INTERNACIONAL DO MAR - Iniciativa da equipa Eco-Escolas

 

                                 Dia Nacional do Mar 

                                  16 de novembro de 2022

   Comemora-se hoje, 16 de novembro, o Dia Nacional do MarEsta celebração teve origem na "Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar", que entrou em vigor a 16 de novembro de 1994. Portugal ratificou o documento em 1997 assumindo responsabilidades numa das áreas marítimas mais extensas da Europa, e a maior da União Europeia, com uma dimensão 18 vezes superior ao território nacional. Em 1998, o dia 16 de novembro foi institucionalizado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 83/1998, de 10 de julho, como o Dia Nacional do Mar.

Portugal é um país fortemente ligado ao mar, setor vital para a economia e para o desenvolvimento nacional, ficando marcado para a posterioridade como o país dos Descobrimentos marítimos. Neste dia relembra-se essa importância, ao mesmo tempo que se alerta para o flagelo da poluição marinha. A este propósito, podes ver, clicando no link que se segue, o vídeo "As Aventuras do Vasco" - Oceano de plástico da autoria do Oceanário de Lisboa:

https://youtu.be/HHD7BO4_4LQ

 

DESAFIO:

Vamos testar os teus conhecimentos sobre o Mar?

Amanhã, pelas 17h00, será divulgado por email o link para um Kahoot Challenge!


Atenção às regras de participação:

- o nome do jogador tem de ter obrigatoriamente a sua identificação (exemplo: Ana Santos 5ºH);

- cada jogador só pode jogar uma vez.

OS JOGADORES QUE NÃO CUMPRIREM ESTAS REGRAS SERÃO EXCLUÍDOS DO DESAFIO


Nota: este kahoot tem um número limite de jogadores. Quando este for atingido, o challenge encerra automaticamente.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Concurso "Ora Faz lá uma Quadra de S.Martinho"


 

S.Martinho, S.Martinho

Tradição p’ra não esquecer

Com seu gesto solidário

Parou um pobre de sofrer.

 

Ao longo do teu caminho

Um mendigo encontraste

E cortando tua capa

Um milagre tu criaste.


    Eis dois bons exemplos de quadras de S.Martinho! Como já é tradição, a Biblioteca Escolar promove mais uma vez o Concurso "Ora Faz Lá uma Quadra de S.Martinho!". Adivinha o que se pretende? 

    Vá lá... usa a imaginação e entrega a tua quadra ao teu professor de Português (ou professora), podendo também ser entregue na Biblioteca Escolar. Há prémios para as três melhores quadras!!! O concurso decorre até dia 11 de novembro...

Citação para reflexão

 


quinta-feira, 3 de novembro de 2022

CONCURSO CONTOS DE ASSUSTAR - Já temos vencedora...

  Muitos parabéns à Maria Fernanda Fernandes, do 8ºA e felicitamos todos os participantes!!!  


 
Eis o conto vencedor:

                                       ...em Figura de Gente

  A minha mãe ensinou-me o poder das ervas e das plantas. Vivemos sempre as duas no meio da floresta bem afastada do povoado; a floresta era escura (até mesmo de dia), as árvores cobriam praticamente tudo que havia por ali, morávamos numa cabana de madeira, simples, mas robusta, que o meu pai, que eu nunca cheguei a conhecer, construíra antes de morrer. Era lenhador. Morreu quando eu era bebé, não tenho recordações dele… A minha mãe morreu há pouco tempo, dela lembro-me bem: meiga, leve, parecia fazer parte da natureza e conhecia a natureza muito bem. Camomila para os nervos, cidreira para ajudar a dormir, tília para pensamentos serenos, aloé vera e clara de ovo para curar danos à pele… 
 
    Assim, quando o rapaz que se tinha queimado (a brincar com um archote do castelo do seu pai) veio ter comigo, foi com naturalidade que parti as cascas de dois ovos e derramei as claras dos ovos na sua queimadura, que era ligeira. Sentiu logo alívio e a queimadura melhorou. Achei que tinha feito algo de bom. Continuei com essa opinião até me baterem à porta e a partirem, sem me darem tempo para a abrir. 
 
    Arrastaram-me pelo braço. Eu andava e tropeçava no vestido, cheia de medo. Sabia quem eram aqueles homens. Estavam ao serviço do Inquisidor. A Santa Inquisição de Santa não tinha nada. Entrei, empurrada, numa sala com paredes de pedra e crucifixos. 
 
     - É esta a bruxa? – perguntou o Inquisidor. Era um homem alto de cabelos loiros, olhos castanhos e rosto fino, parecia enojado com minha presença (ou talvez secretamente interessado). O seu rosto era quase indecifrável, sem nenhuma expressão ou sentimento.
 
    - É esta. – respondeu o homem que me empurrou.
 
    - Deixem-nos a sós. 
 
Quem me levou saiu. 
 
    - Então praticas feitiçaria para curar feridas e dores do corpo? – perguntou o Inquisidor, que tinha uma voz esganiçada e fraca. 
 
    - Não, eu uso ervas e plantas. – respondi, cheia de medo. 
 
     - As ervas e as plantas são para estar onde Deus as deixou, e assim é também com as feridas e as dores. O sofrimento purifica e só Deus tem o poder de curar.
 
         - Eu só tento dar algum alívio.
 
     - Interferes nos planos de Deus. Quem és tu, criatura miserável, para achares que podes meter-te no que Deus determinou? – a voz mudou completamente, era grave e forte. 
 
    - Talvez as minhas ações também façam parte do plano de Deus. Deus é Amor e… 
 
    - Atreves-te a responder-me? – mesmo o pânico em que eu estava não me impediu de pensar que era estranho alguém se zangar tanto, só porque eu tinha respondido a uma pergunta.
 
     - Pensei que era desrespeitoso deixar uma pergunta sem resposta. 
 
    - És uma bruxa! Eu sei reconhecer uma quando as vejo. Não me enganas. És uma bruxa! A tua mãe também era e arde agora no inferno como ardeu aqui por minha ordem! 
 
    - Disseram-me que a minha mãe morreu de doença súbita! 
 
   - Arder numa fogueira não é uma doença e garanto que não é nada súbito. Demora o seu tempo… - vi alegria no seu olhar.
 
     – Bem…, saberás por ti mesma! Vou chamar o escrivão para que se faça o auto. 
 
     - Eu não fiz nada de mal… Por favor, não me mande matar! – o pânico era tanto que eu é que queria morrer de doença súbita naquele local, ali mesmo, naquele instante e evitar todo o sofrimento que me esperava.
 
     - Achas a tua vida assim tão valiosa? 
 
     - Acho que não mereço morrer.
 
     - Morrer é uma questão de tempo. 
 
    - Não mereço morrer queimada, amarrada a um tronco, numa fogueira maldita! 
 
    - O fogo vai purificar-te. A tua alma ainda pode ter a salvação. 
 
    - De mim, só o meu corpo conheço, e o pensamento, e os sentimentos, como o medo que toma conta de mim agora. 
 
    - Não acreditas na alma?! – gritou assustadoramente. 
 
   - Não sei, já não sei nada… - estava completamente apavorada. De repente, acalmou-se. Falou com a voz frágil do início. 
 
    - Há uma maneira… 
 
    - De quê? 
 
    - De não arderes na fogueira. 
 
    - Qual? Qual? – perguntei, em desespero. 
 
    - Se não acreditas na alma não lhe dás valor, certo? – perguntou, com voz de criança mimada. 
 
        Não sabia o que dizer, fiquei em silêncio. 
 
    De repente, em tom sério, trovejou:
 
     - Se não dás valor à alma, entrega-ma!!
 
     - Como assim? 
 
    - Assinas um contrato. A tua alma passa a pertencer-me por toda a eternidade. Ou preferes o calor da fogueira? 
 
    Naquele momento, para meu terror, a cara do Inquisidor ficou em chamas, só conseguia ver uns olhos completamente pretos e um sorriso de dentes aguçados.
 
     - Tu …tu és… 
 
    - O anjo caído, Lucifer, o diabo, … escolhe o nome. Sou. Sou um de muitos. Legiões que habitam nesta terra. Sou um caçador de almas.
 
     O rosto tinha voltado ao que era antes. O meu coração parecia que me rebentava no peito. 
 
    - Mas… tu usas um crucifixo! Esta sala está cheia de crucifixos! - o desespero aumentava a cada segundo… eu poderia tentar fugir, mas seria inútil naquele momento.
 
     - Eu gosto de crucifixos… Nos crucifixos há um homem em sofrimento. Ou andamos a fazer bem o nosso trabalho ou os homens são mais cruéis do que nós. Essa ideia de pregar um homem numa cruz... – ficou uns segundos a pensar – acho que não foi nenhum demónio que a teve.
 
     - Foi, com certeza. Só pode ter sido um demónio. Mesmo que tenha nascido homem. 
 
     - Já vai longa a conversa. Assinas o contrato de tua livre e espontânea vontade? 
 
      - Sou obrigada a assinar de livre e espontânea vontade. 
 
Sorriu. 
 
    - Sentido de humor. Não é habitual. Não nesta sala. Retirou das vestes um pergaminho. Desenrolou-o. 
 
    -Eu não tenho escolha, não é mesmo?       
 
   -Você tem escolha: ou me dá sua alma ou morrerá queimada na fogueira, a escolha é totalmente sua, as consequências serão inevitáveis. 
 
    Sentia que meu coração ia saltar e explodir, o desespero aumentava a cada segundo. 
 
- Está bem…,eu te dou-te a minha alma. 
 
     -Ótimo - o "homem" deu seu sorriso malicioso e esticou sua mão em minha direção...
 
    Eu hesitei por alguns segundos, senti meu corpo estremecer, tive de me apoiar numa pequena mesa, onde estava uma cruz, sem o corpo de Cristo e com as extremidades afiadas…a criatura pegou no meu braço. 
 
    - Foi a melhor escolha!
 
     Senti meu corpo formigar e estremecer, mas antes que aquele ser pudesse fazer algo comigo ou com a minha alma, ele caiu estrondosamente no chão…depois houve silêncio por alguns segundos, até que eu olhei para o chão e confirmei: ele estava caído, inerte… mas... o que havia acontecido?! 
 
    Após alguns segundos tentando lembrar-me, finalmente as memórias voltaram…eu havia feito aquilo, ao olhar para baixo novamente percebi a cruz afiada como um punhal bem seguro na minha mão cheia de sangue… tudo ficou com a cor vermelho-sangue. 
 
    Depois, num flash, tudo me veio à memória: aquele crucifixo tinha sido levado por mim! Ninguém reparou em mais um numa sala repleta deles. Tinha sido uma oferta que a minha mãe havia me dado antes de morrer: lembro-me exatamente de suas palavras: 
 
    -”Esse crucifixo irá proteger-te de qualquer mal que vier de encontro com o seu caminho, minha querida, use com sabedoria, pois seu poder não durará para sempre”...
 
 
     Uma cruz selada com o amor de uma mãe foi capaz de matar Lúcifer? Pelos vistos, sim. Nem ao menos tive tempo de pensar quando ouvi batidas na porta da sala: eram os guardas! Acharam estranha a demora do “padre”, as batidas continuaram ainda mais fortes a cada segundo…
 
     - Ei! O que está acontecendo aí?!- um dos guardas gritou do lado de fora, tentando violentamente abrir a porta. O meu coração disparou, eu olhei em volta procurando alguma saída, só havia uma pequena janela, corri até ela e abri-a devagar e, com muita dificuldade, consegui sair. 
 
    Antes de conseguir sequer respirar, ouvi o barulho da porta sendo quebrada e comecei a correr o mais rapidamente que pude para o mais longe possível daquela maldita masmorra... 
 
     Estive quase a vender a alma ao diabo… Consegui evitá-lo. Outros, infelizmente, não conseguem…