segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Segurança na Internet

       Integrada no Projeto Cibersegurança, vamos apresentar uma iniciativa de breves animações subordinadas a subtópicos muito relevantes para assegurares o mais correto uso do mundo digital.

       Clica na hiperligação, coloca em modo de fullscreen e vê algumas dicas par teres uma palavra-passe segura. No próximo, iremos bordar as principais ameaças à segurança do hardware e software.    

Vamos aprender a ter cuidado na escolha da password?



 Clica aqui

Citação para Reflexão

 Se Queremos Alcançar Neste Mundo a Verdadeira Paz

       Se queremos alcançar neste mundo a verdadeira paz e se temos de levar a cabo uma verdadeira guerra contra a guerra, teremos de começar pelas crianças; e não será necessário lutar se permitirmos que cresçam com a sua inocência natural; não teremos de transmitir resoluções insubstanciais e infrutíferas, mas iremos do amor para o amor e da paz para a paz, até que finalmente todos os cantos do mundo fiquem cobertos por essa paz e por esse amor pelo qual, consciente ou inconscientemente, o mundo inteiro clama.


Mohandas Gandhi

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

GUERRA

 A GUERRA

Os conflitos entre seres humanos são tão antigos como a própria Humanidade. É impossível precisar com exatidão a data concreta do primeiro conflito; no entanto, sabe-se que desde os primórdios da nossa História (e até entre tribos pré-históricas) eclodiam confrontos de forma espontânea e sistemática.

Podemos, deste modo, ser levados a pensar que a guerra é inerente ao próprio Ser Humano. Porém, há causas para os conflitos que transcendem o que podemos designar por “ânsia de poder” (intrínseca a um número considerável de seres humanos).

 É possível elencar quatro causas elementares para as situações de guerra: causas religiosas (que originam as designadas “Guerras Santas” e que são “alimentadas” por questões de intolerância e fanatismo religioso); causas territoriais (radicadas na ideia de que o alargamento geográfico corresponderá a um maior prestígio e poderio financeiro); causas políticas (motivadas pelo desejo de uma hegemonia ideológica e pela intolerância face a perspetivas políticas distintas) e ainda causas económicas (muito frequentes, mesmo em contexto de guerra civil, e não raro causadas por más condições de vida e pelo desejo de contrariar essa condição social). É ainda de salientar, neste contexto económico, a ambição que conduz à vontade de dominar um território particularmente rico em determinados recursos (petróleo, diamantes, ouro…) e que as guerras constituem um negócio que interessa a muitos lobbies, pelo que lhes é conveniente gerar ou manter situações de conflito.

Todavia, mais graves do que as causas da guerra são as suas consequências. Estas são inúmeras e devastadoras. É possível condensar essa dimensão negativa própria de um cenário de guerra numa única palavra: sofrimento. Sofrimento causado pelas incontáveis vítimas da guerra (por morte ou por invalidez permanente), destacando-se, por exemplo, as crianças (que, alheias a quaisquer causas geradoras da guerra, são também vítimas da sua impiedosa crueldade).

 Um território atingido pela guerra torna-se inevitavelmente um local onde reina a desordem, o pânico, a doença, a miséria e a destruição. Na sua cegueira destrutiva, a guerra origina perdas de património irrecuperável e custa um sem-número de vidas humanas.

É relevante destacar o facto de as consequências da guerra se prolongarem no tempo: veja-se o caso das cidades japonesas atingidas pelas bombas atómicas e onde, ainda nos nossos dias, nascem crianças portadoras de graves deficiências. Há também quem defenda que a morte de milhões de judeus em consequência do holocausto provoca, ainda hoje, um atraso no desenvolvimento da Europa, uma vez que a comunidade hebraica sempre investiu de forma muito acentuada nas mais diversas áreas do conhecimento humano.

Nos nossos dias, não obstante os múltiplos discursos e manifestações antiguerra, há ainda diversos palcos de conflitos: mantém-se sem um fim à vista o conflito israelo-árabe, no Médio Oriente, bem como os confrontos entre tropas norte-americanas e britânicas nos países árabes (como o Afeganistão) e, neste momento, a invasão russa da Ucrânia. 

Neste cenário tão pessimista, podemos levantar a questão: será a paz possível? Tendo em conta que há territórios que já há séculos que não são fustigados pela guerra, podemos concluir que, pelo menos em teoria, a paz é possível. Depende apenas da vontade humana. Quais os caminhos para a paz? Uma alternativa que tem vindo a ser usada com relativo êxito consiste na via diplomática, ou seja, chegar a uma resolução dos problemas através do diálogo e do bom entendimento entre nações. Outra medida fundamental para favorecer a paz radica na adoção de políticas de desarmamento. Existem também organismos, entidades e organizações internacionais que funcionam como mediadores de conflitos, os quais, caso lhes fosse concedida a devida autoridade e o necessário poder, seriam capazes de evitar a eclosão de muitas guerras.

Por fim, sendo a guerra fruto de um desígnio humano, um passo gigantesco para o fim dos confrontos consistiria em investir fortemente na educação das novas gerações com a finalidade de formar uma nova mentalidade, mais tolerante, mais solidária e mais compreensiva. Resta-nos não perder a esperança…

                                                     Paulo, André e Mariana, 8ºB


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Citação para Reflexão

 

Na Leitura e na Escrita Encontramo-nos Todos naquilo que Temos de Mais Humano

      A escrita, ou a arte, para ser mais abrangente, cumpre funções que mais nenhuma área consegue cumprir. (...) Sinto que há poucas experiências tão interessantes como quando se lê um livro e se percebe "já senti isto, mas nunca o tinha visto escrito", procurar isso, ou procurar escrever textos que façam sentir isso, é uma das minhas buscas permanentes. Trata-se de ordenar, de esquematizar, não só sentimentos como ideias que temos de uma forma vaga, mas que entendemos melhor quando os vemos em palavras. Trata-se também de construir empatia: através da leitura temos oportunidade de estar na pele de outras pessoas e de sentir coisas que não fazem parte da nossa vida, mas que no momento em que lemos conseguimos perceber como é. E isso faz-nos ser mais humanos. Na leitura e na escrita encontramo-nos todos naquilo que temos de mais humano.

José Luís Peixoto

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Cibersegurança

        



    E o projeto de cibersegurança continua a avançar. A professora Sílvia Pinto dinamizou mais duas sessões nas Escola EB de Gervide, desta vez com recurso a contos que relembram a importância da prudência em todos os contextos da vida (mesmo no mundo virtual), pois não faltam "lobos maus" à espreita...





segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

O Malabarista

 


         Desde que se lembrava de existir, que fazia malabarismo. Nasceu no circo, viveu o lado sombrio e luminoso da itinerância incerta. Com cinco anos já dominava, como se o seu olhar hipnotizasse as peças obedientes, quatro malabares. Agora, com vinte e oito anos, fazia voar dez malabares, sempre vestido de palhaço, camisola desgastada às riscas horizontais brancas e pretas, calças excessivamente largas, curtas e rotas, suspensórios pretos, do mesmo negrume que lhe enovoava as calças oscilantes e a alma hirta.

           Rosto pintado de branco, nariz vermelho preso por elásticos já gastos, losangos pretos em redor dos olhos. Boca pintada de um vermelho sangue. Ah! E o chapéu…o chapéu que nunca usava, pois jazia sempre no chão, à espera da moeda que não caía. “Podiam, pelo menos, dar-me uma moeda por ser, afinal, o homem invisível” pensava ele, enquanto passos apressados se cruzavam diante de si, numa total indiferença. E os malabares voavam no ar…para nada!

            Voltava para casa sem nada, havia fome e raiva nos olhos da mulher, desilusão e pena nos olhos dos filhos.

          “Arranja mas é um trabalho como deve ser!” – rugia a mulher, a lembrar os leões do circo da sua infância. Ele só sabia ser malabarista, ele só queria ser malabarista. A fome, porém, quer lá saber destes desejos. E, uma vez que, todos os dias, um pouco da sua dignidade se perdia no ato de apanhar do chão o chapéu vazio, pensou que podia perder mais um bocadinho e mendigar, na esperança de que um mendigo fosse mais visível que um malabarista. 

            Não queria mendigar na rua. A rua era o seu palco, desde o incêndio do circo. Do lado direito da sua casa (que estava prestes a ter de entregar ao senhorio), havia uma mansão que tinha tanto de mau gosto como de tamanho. No jardim só havia relva, nada de flores. E a mansão erguia-se na sua mistura de cores (roxo, preto, azul escuro,…), com poucas janelas e os quatro cantos a imitar torres medievais, com bandeirinhas de um clube de futebol. O malabarista respirou fundo e foi lá bater à porta. Um mordomo, de fato preto e camisa branca abriu a porta. De um ar apático passou rapidamente para um olhar indignado. “O que quer daqui? Saia imediatamente ou chamo as autoridades!” E fechou a porta com um estrondo ensurdecedor.

            O malabarista-mendigo preferiu ser mesmo invisível.

            A luz que pensara ver ao fundo do túnel era um comboio a vir na sua direção. Nunca a humilhação o afetara tanto, nem quando, adolescente ainda, o ministro tinha ido ao circo e ele tinha deixado cair os malabares. Acharam que tinha sido de propósito, uma palhaçada, e todos se riram… e os ecos das gargalhadas do seu fracasso inconfessado ainda lhe eram audíveis.

             À esquerda da sua casa (sim, a que estava prestes a ter de entregar ao senhorio, ahhh, se ao menos a mulher se calasse com isso por uns instantes), havia um barracão. Tábuas corroídas pelo tempo, telhado em chapa com umas quantas pedras a pretender segurar a queda que um dia a chapa daria no chão, como os malabares no dia do ministro. Porém, não caíra ainda. Morava lá (segundo as palavras da mulher, ditas em tom baixo, para variar, nessa partilha não solicitada de sabedoria) um estrangeiro, uma velho romeno, provavelmente bruxo, havendo ainda a teoria de que andava fugido por crimes horríveis…

         “Não tenho nada a perder”pensou o malabarista  – “e tenho curiosidade em conhecer um homem tão misterioso…deve cheirar a circo.”

          De mão aberta, bateu duas vezes na porta. Esperou. Um velhinho de olhos meigos abriu a porta que rangia, curvado e de mãos trémulas e convidou-o a entrar. Uma mesa, uma cadeira, uma poltrona de veludo vermelho esfarrapado. O malabarista sentou-se na cadeira. O velhinho, a custo, sentou-se na poltrona. Já lhe custava sentar-se.

          - Em que lhe posso ser útil? – perguntou.

          - Sou seu vizinho. Gostaria de conhecê-lo…

          - E que posso fazer por si? – insistiu.

          - Precisa que lhe dê jeito no telhado? – improvisou o malabarista, que não sabia consertar nada.

          - O telhado está bom. O seu olhar é que não…

          Instalou-se o silêncio…

          - Quer um copo de vinho? Eu já não posso beber…o fígado… - disse o velho, franzindo o sobrolho e apontando para uma caixa de cartão que estava no chão e que o malabarista ainda nem tinha visto.

            - Aceito – respondeu o malabarista, levantando-se, abrindo a caixa e tirando de lá uma garrafa de vinho, ficando três garrafas empoeiradas na caixa antiga.

             O malabarista tirou a rolha. Não havia copo.

            - Tem boca para beber, não tem? – perguntou, a rir, o velho homem.

            O malabarista bebeu diretamente da garrafa e sentiu que nunca provara néctar mais delicioso, mais inebriante, mais divino do que aquele.

            - Já sabe o motivo de eu sofrer do fígado. – gracejou o homem.

            O malabarista deu mais uns tragos, por ele bebia tudo de uma vez, mas… teve vergonha, a mesma vergonha que o impediu de pedir dinheiro. Levantou-se, desculpando-se, estava atrasado.

            - Leve a caixa – exclamou o velhote – leve-a, que a mim não me faz falta.

            E o malabarista agradeceu e levou a caixa.

             Chegado a casa, chamou a mulher, para lhe dizer o quão maravilhoso era aquele vinho. A mulher duvidou, devia era ter trazido algo de comer, mas lá tirou as garrafas da caixa e, bem no fundo, com marcas esféricas do vidro que repousara sobre elas, uma quantidade considerável de notas, das mais valiosas, repousava, sóbria.

                                                                                                                          Turma  7ºC (trabalho de plano de texto, textualização e aperfeiçoamento textual)

           

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

BULLYING

            Reconhecendo que há sempre mais informação a acrescentar e que é impossível uma definição que abarque tudo o que há de sinistro no flagelo que se designa por Bullying, podemos considerar que “Bullying” é um termo que implica qualquer forma de violência exercida por um ou mais (normalmente “mais”) agressores sobre uma vítima, por regra mais frágil, com menores capacidades de defesa ou mesmo incapaz de se defender.

      Essa violência pode revestir-se de várias formas: física, verbal, psicológica, emocional,…, tal como o bullying pode ser exercido em distintos contextos e por diferentes vias: na escola, através da internet (ciberbullying), em contexto de trabalho, entre outros.

      Quando interrogado isoladamente (sem o “escudo de proteção” de estar inserido num grupo ou atrás de um monitor), o agressor, habitualmente, tende a minimizar a situação, referindo desculpas que vão desde “foi só uma brincadeira” até às supostas alegações de autodefesa, mesmo com a noção da fragilidade da vítima e da desigualdade de circunstâncias (a vítima, quase sempre, está sozinha/isolada, é mais frágil, mais débil).

       As causas que levam ao bullying são difíceis de definir, passando pela ausência de empatia, pela exploração ou desrespeito por algo que a vítima tenha de “diferente” (alguma limitação física, psicológica ou ambas, características da aparência – excesso de peso ou magreza extrema, cicatrizes, aspeto fora do convencional, cor da pele, trejeitos, enfim, na verdade, qualquer coisa a serve de desculpa), sendo, porém, de salientar, que, não raro, o que está em causa pode ser mesmo um ato de crueldade, uma afirmação de suposta superioridade e arrogância (por vezes para esconder inseguranças do agressor).



  Como “é tão ladrão o que vai à horta como o que fica à porta”, assistir sem intervir (pedindo, por exemplo, ajuda a alguém com mais autoridade que os agressores caso a vítima se encontre impossibilitada de o fazer – e, por norma, está – ou tentando desmobilizar os bullies, apesar de ser muito difícil apelar ao bom senso dos agressores, que não o seriam se o tivessem), observar e calar é ser cúmplice e por vezes, agrava a humilhação da vítima.

        Consequências como traumas, fobias, pesadelos ou dificuldades em dormir, isolamento, fraca autoestima, depressão, crises de ansiedade e até suicídio podem correr nas vítimas, dependendo do grau de apoio que recebem após a agressão (ainda que isolada) ou a sistematicidade das agressões (muito comum no ciberbullying).

        Como definir o perfil de um agressor? Por regra, isolados, são indivíduos covardes, emocionalmente instáveis e psicologicamente desequilibrados. Procuram na falsa sensação de poder e supremacia sobre alguém mais frágil, a validação que não reconhecem a si mesmos.

        E quanto à vítima? Como se sentirá? Fica para reflexão: se fosse contigo, como te sentirias?

Mariana da Conceição dos Santos Moreira Lopes 
e André Ferreira de Sousa 8ºB