A GUERRA
Os conflitos
entre seres humanos são tão antigos como a própria Humanidade. É impossível
precisar com exatidão a data concreta do primeiro conflito; no entanto, sabe-se
que desde os primórdios da nossa História (e até entre tribos pré-históricas)
eclodiam confrontos de forma espontânea e sistemática.
Podemos, deste
modo, ser levados a pensar que a guerra é inerente ao próprio Ser Humano. Porém,
há causas para os conflitos que transcendem o que podemos designar por “ânsia
de poder” (intrínseca a um número considerável de seres humanos).
É possível elencar quatro causas elementares
para as situações de guerra: causas religiosas (que originam as designadas “Guerras
Santas” e que são “alimentadas” por questões de intolerância e fanatismo religioso);
causas territoriais (radicadas na ideia de que o alargamento geográfico corresponderá
a um maior prestígio e poderio financeiro); causas políticas (motivadas pelo
desejo de uma hegemonia ideológica e pela intolerância face a perspetivas políticas
distintas) e ainda causas económicas (muito frequentes, mesmo em contexto de
guerra civil, e não raro causadas por más condições de vida e pelo desejo de
contrariar essa condição social). É ainda de salientar, neste contexto económico,
a ambição que conduz à vontade de dominar um território particularmente rico em
determinados recursos (petróleo, diamantes, ouro…) e que as guerras constituem
um negócio que interessa a muitos lobbies,
pelo que lhes é conveniente gerar ou manter situações de conflito.
Todavia, mais
graves do que as causas da guerra são as suas consequências. Estas são inúmeras
e devastadoras. É possível condensar essa dimensão negativa própria de um
cenário de guerra numa única palavra: sofrimento. Sofrimento causado pelas
incontáveis vítimas da guerra (por morte ou por invalidez permanente),
destacando-se, por exemplo, as crianças (que, alheias a quaisquer causas
geradoras da guerra, são também vítimas da sua impiedosa crueldade).
Um território atingido pela guerra torna-se
inevitavelmente um local onde reina a desordem, o pânico, a doença, a miséria e
a destruição. Na sua cegueira destrutiva, a guerra origina perdas de património
irrecuperável e custa um sem-número de vidas humanas.
É relevante destacar
o facto de as consequências da guerra se prolongarem no tempo: veja-se o caso
das cidades japonesas atingidas pelas bombas atómicas e onde, ainda nos nossos
dias, nascem crianças portadoras de graves deficiências. Há também quem defenda
que a morte de milhões de judeus em consequência do holocausto provoca, ainda
hoje, um atraso no desenvolvimento da Europa, uma vez que a comunidade hebraica
sempre investiu de forma muito acentuada nas mais diversas áreas do
conhecimento humano.
Nos nossos dias, não obstante os múltiplos discursos e manifestações antiguerra, há ainda diversos palcos de conflitos: mantém-se sem um fim à vista o conflito israelo-árabe, no Médio Oriente, bem como os confrontos entre tropas norte-americanas e britânicas nos países árabes (como o Afeganistão) e, neste momento, a invasão russa da Ucrânia.
Neste cenário
tão pessimista, podemos levantar a questão: será a paz possível? Tendo em conta
que há territórios que já há séculos que não são fustigados pela guerra,
podemos concluir que, pelo menos em teoria, a paz é possível. Depende apenas da
vontade humana. Quais os caminhos para a paz? Uma alternativa que tem vindo a
ser usada com relativo êxito consiste na via diplomática, ou seja, chegar a uma
resolução dos problemas através do diálogo e do bom entendimento entre nações.
Outra medida fundamental para favorecer a paz radica na adoção de políticas de
desarmamento. Existem também organismos, entidades e organizações internacionais
que funcionam como mediadores de conflitos, os quais, caso lhes fosse concedida
a devida autoridade e o necessário poder, seriam capazes de evitar a eclosão de
muitas guerras.
Por fim, sendo
a guerra fruto de um desígnio humano, um passo gigantesco para o fim dos
confrontos consistiria em investir fortemente na educação das novas gerações
com a finalidade de formar uma nova mentalidade, mais tolerante, mais solidária
e mais compreensiva. Resta-nos não perder a esperança…
Paulo, André e Mariana, 8ºB