Combater uma pandemia já é difícil...e num país em guerra? Já imaginaste o autêntico inferno que todos vivem? Deixamos-te aqui um texto sobre a guerra e convidamos-te a elaborar um desenho alusivo à paz. Entrega-o, numa capa plástica, a uma assistente operacional para ser entregue na Biblioteca. Aos cinco melhores trabalhos serão atribuídos prémios.
A GUERRA
Os conflitos entre seres humanos são tão antigos como a própria Humanidade. É impossível precisar com exatidão a data concreta do primeiro conflito; no entanto, sabe-se que desde os primórdios da nossa História (e até entre tribos pré-históricas) eclodiam confrontos de forma espontânea e sistemática.
Podemos, deste
modo, ser levados a pensar que a guerra é inerente ao próprio Ser Humano. Porém,
há causas para os conflitos que transcendem o que podemos designar por “ânsia
de poder” (intrínseca a um número considerável de seres humanos).
É possível elencar quatro causas elementares para as situações de guerra: causas religiosas (que originam as designadas “Guerras Santas” e que são “alimentadas” por questões de intolerância e fanatismo religioso); causas territoriais (radicadas na ideia de que o alargamento geográfico corresponderá a um maior prestígio e poderio financeiro); causas políticas (motivadas pelo desejo de uma hegemonia ideológica e pela intolerância face a perspetivas políticas distintas) e ainda causas económicas (muito frequentes, mesmo em contexto de guerra civil, e não raro causadas por más condições de vida e pelo desejo de contrariar essa condição social).
É ainda de salientar, neste contexto
económico, a ambição que conduz à vontade de dominar um território
particularmente rico em determinados recursos (petróleo, diamantes, ouro…) e que
as guerras constituem um negócio que interessa a muitos lobbies, pelo que lhes é conveniente gerar ou manter situações de
conflito.
Todavia, mais
graves do que as causas da guerra são as suas consequências. Estas são inúmeras
e devastadoras. É possível condensar essa dimensão negativa própria de um
cenário de guerra numa única palavra: sofrimento. Sofrimento causado pelas
incontáveis vítimas da guerra (por morte ou por invalidez permanente),
destacando-se, por exemplo, as crianças (que, alheias a quaisquer causas
geradoras da guerra, são também vítimas da sua impiedosa crueldade).
Um
território atingido pela guerra torna-se inevitavelmente um local onde reina a
desordem, o pânico, a doença, a miséria e a destruição. Na sua cegueira
destrutiva, a guerra origina perdas de património irrecuperável e custa um
sem-número de vidas humanas.
É relevante
destacar o facto de as consequências da guerra se prolongarem no tempo: veja-se
o caso das cidades japonesas atingidas pelas bombas atómicas e onde, ainda nos
nossos dias, nascem crianças portadoras de graves deficiências. Há também quem
defenda que a morte de milhões de judeus em consequência do holocausto provoca,
ainda hoje, um atraso no desenvolvimento da Europa, uma vez que a comunidade
hebraica sempre investiu de forma muito acentuada nas mais diversas áreas do
conhecimento humano.
Nos nossos
dias, não obstante os múltiplos discursos e manifestações antiguerra, há ainda
diversos palcos de conflitos: mantém-se sem um fim à vista o conflito israelo-árabe,
no Médio Oriente, bem como os confrontos entre tropas norte-americanas e
britânicas nos países árabes (como o Afeganistão).
O terrorismo
também não pode ser esquecido… Embora não corresponda ao conceito típico de
guerra, os atos terroristas configuram situações análogas, quer nas suas
causas, quer nas suas consequências. Saliente-se que o terrorismo se estende a
nível mundial, afetando sobretudo a Europa, as Américas, certos países asiáticos
e africanos.
Neste cenário tão pessimista, podemos levantar a questão: será a paz possível? Tendo em conta que há territórios que já há séculos que não são fustigados pela guerra, podemos concluir que, pelo menos em teoria, a paz é possível. Depende apenas da vontade humana. Quais os caminhos para a paz? Uma alternativa que tem vindo a ser usada com relativo êxito consiste na via diplomática, ou seja, chegar a uma resolução dos problemas através do diálogo e do bom entendimento entre nações.
Outra medida fundamental para favorecer a paz radica na adoção de políticas de
desarmamento. Existem também organismos, entidades e organizações internacionais
que funcionam como mediadores de conflitos, os quais, caso lhes fosse concedida
a devida autoridade e o necessário poder, seriam capazes de evitar a eclosão de
muitas guerras.
Por fim, sendo
a guerra fruto de um desígnio humano, um passo gigantesco para o fim dos
confrontos consistiria em investir fortemente na educação das novas gerações
com a finalidade de formar uma nova mentalidade, mais tolerante, mais solidária
e mais compreensiva. Talvez isso aconteça num futuro não muito distante.
Resta-nos não perder a esperança…
A Professora Biblitecária,
Sílvia Pinto