quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

O Teatro vem à Escola: Auto da Barca do Inferno

 


       No passado dia 13, não houve azar...muito pelo contrário: tivemos a sorte de ter uma companhia de teatro, com um elenco fantástico e claramente constituído por pessoas com formação teatral, a representar para nós O Auto da Barca do Inferno, aqui mesmo, no Auditório Escolar da Escultor António Fernandes de sá.
      Da escolha da indumentária, aos elementos cénicos e adereços, tudo se moldou para um resultado teatral muito apelativo, harmonizando-se representação, música, artes visuais e performativas da melhor maneira.
                                         O Frade
    Consideramos excecional a capacidade de apenas cinco atores proporcionarem uma representação de uma peça com tantos personagens, tendo ainda recrutado uma figurante do público (involuntária, mas bem sucedida)...aliás, a interação com o público foi uma constante!
  
                                              Os Quatro Cavaleiros (Cruzados)


       Este Auto caracteriza-se pela forte componente humorística e o elenco conseguiu arrancar umas boas gargalhadas do público, mantendo-se fiel ao recursos a cómico de situação (por exemplo, o "local" onde o Judeu vai buscar as moedas para tentar subornar o Diabo), o cómico de linguagem (destacamos a cena do Sapateiro, com a sua linguagem repleta de calão) e o cómico de caráter (veja-se o cena do Parvo)... Houve mesmo cenas que, não parecendo muito cómicas à partida (como a do Enforcado), foram coloridas com humor, pois uma atriz falava, mas era um outro ator a gesticular.

         Foi também digna de nota a originalidade de, no cenário (sendo uma peça de Ato Único) haver apenas uma Barca (que funcionava, concomitantemente, como Barca do Inferno e da Glória), operando-se apenas a alteração de uma colcha (e tons de branco e azul para simbolizar a barca do Céu/paraíso) e uma manta de retalhos em cores vivas (vermelho, laranja, magenta escuro....para simbolizar a Infernal embarcação).

      Assim, o "ridendo castigat mores" ficou bem assinalado, pois, a rir, castigaram-se os maus costumes/comportamentos (os de outrora que, infelizmente, vigoram ainda)...e o humor é uma incrível ferramenta de crítica. 

        Após a atuação, ainda houve tempo para troca de impressões com os atores, satisfação de curiosidades, elucidações sobre o processo cénico e técnicas de memorização, respostas à nossa sede de como se geram estas fontes do nosso encantamento.

         Aqui queremos deixar também o nosso agradecimento ao Departamento de Línguas e, em particular, à professora Isabel Maia, por todo o trabalho desenvolvido ( m outro tipo de "trabalho de bastidores" que, não tendo a visibilidade da representação, sem o mesmo, esta não aconteceria perante os nosso olhos)
                                                                                                             Turma do 9ºC