sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Cronicando...Voz aos Alunos

 

     Que opinião têm os outros sobre mim? Esta é a questão que, não raras vezes, colocamos a nós mesmos… Na verdade, a pergunta essencial é: eu permito-me ser quem sou? Eu preocupo-me com o que EU penso sobre mim?

    A sociedade é insaciável a estabelecer caixinhas onde temos de nos formatar. É uma rotulagem que nunca mais acaba. E nós silenciamos a nossa voz, optando pelo silêncio, para não entrar em conflitos nestes tempos de censuras não declaradas. Não sabemos, provavelmente, que, com essa automordaça, “compramos” uma guerra dentro de nós. E estamos em paz com todos, mas de mal connosco.
     Que ousadia é a dos outros para me dizerem que eu tenho de ser assim ou assado? Que desfaçatez a de tirar conclusões precipitadas sobre quem sou se nem eu mesma sei. Há tantos “eus” dentro de mim! E nenhum existe para agradar. Não se sustenta a personagem do agrado a gregos e troianos por muito tempo. É cansativo, pesado, é todo um trabalho de representação teatral e dramática não remunerado. Não estou para isso. Fingir sempre também cansa! Então, se alguém me quer criticar destrutivamente, pode pôr a sua opinião não pedida num cálice e entregar-mo, mas recusar-me-ei a beber esse veneno. Afastem de mim esse cálice. Devolvo à procedência. Talvez o veneno não seja peçonhento para quem o gera. Ou talvez seja…

Beatriz Cruz, 9ºE