segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Contos de Assustar . Concurso do Dia das Bruxas

      Olá, Amigos!

       Já temos a nossa Vencedora do Concurso de Escrita Criativa do Dia das Bruxas!!!

       Parabéns  à Leonor  Maria Viana da Silva, do 7ºC, que venceu o Concurso com um conto repleto de criaturas aterrorizadoras...

Em cada Lugar, um Mundo Aterrador

Depois de um leve “apagão”, acordei dentro de uma casa, que evidentemente não era aquela onde eu morava. As paredes estavam todas sujas e a desfazerem-se, o chão era de madeira antiga e ressequida e guinchava toda a vez que eu dava um passo. Todas as janelas estavam partidas, as cortinas estavam todas sujas e rasgadas e os poucos móveis que havia estavam rachados e pareciam centenários.

Tentei sair dali o mais rápido que pude, mas a porta de entrada estava tão velha e a fechadura tão enferrujada que nem para abrir dava. Também não conseguia sair pelas janelas, pois só estavam partidas no centro, e tinha medo de cortar-me nos vidros pontiagudos. Comecei a procurar utensílios dentro dos móveis, e só encontrava pó, e mais pó. Até que encontrei um machado no canto de uma arrecadação, estava todo cheio de teias de aranha e, por momentos, pensei em não lhe tocar, porém, comecei a ouvir algo… olhei para o lado e vi uma boneca a vir na minha direção, com um cabelo loiro, com sangue a sair pelos olhos e com uma roupa branca com incontáveis gotas do tal sangue. Estava tão assustada que peguei no machado e, sem pensar duas vezes, comecei a bater-lhe com ele. A boneca começou a desmontar-se e quando parei, ela começou a montar-se novamente. Desta vez começou a cantar uma música muito assustadora. Saí a correr, com o machado nas mãos, e quando cheguei à frente da porta de entrada, comecei a bater na porta bruscamente com o machado.

Felizmente, consegui sair daquela casa. O céu estava cinzento, havia carros estacionados à frente das outras casas, também à frente de um parque de diversões e não havia ninguém em lado nenhum. De repente, o céu começou a ficar cada vez mais escuro e as luzes públicas ligaram. Comecei a andar, e no cruzamento ao final da rua, vi uma espécie muito estranha… parecia um zombie que costumava ver nos filmes. Tinha uma pele pálida, os olhos completamente brancos, roupas rasgadas, muitos ferimentos e fazia um barulho estranho, uma grunhido quase impercetível. Ele olhou para mim e disse algo, não consegui entender, mas segundos depois, começou a chegar um enorme grupo de zombies. Comecei a correr como nunca tinha corrido antes, estava completamente assustada, e parecia que em algum momento iria ter um ataque cardíaco. Olhava para trás e conseguia vê-los todos a correr, mesmo que não muito velozmente. Não sabia por onde fugir mais e as forças começaram a faltar-me. Entrei no Parque e em cima de um dos escorregas estava um boneco todo arranhado… começou a cantar repetidamente a palavra ‘death’, que em português significa “morte”. Escorregou muito rapidamente no escorrega e começou a vir na minha direção juntamente com a boneca da casa. Pela entrada, do parque, estavam a entrar os zombies. Comecei a afastá-los com o meu machado, e momentos depois senti uma mordida da tal boneca, na fíbula do meu pé. Distraí-me com a dor. E sem reparar, um zombie saltou para cima de mim, fazendo com que eu caísse, comecei a empurrá-lo e consegui sair de baixo dele. Fugi, e comecei a trepar nas grades do parque, enquanto eles corriam, ou tentavam correr, descoordenados, mas imparáveis, para me apanhar.

Quando consegui ficar na parte externa, todos os zombies estavam a bater nas grades, com bastante força. Corri para dentro de uma das casas com carros estacionados à frente e, felizmente, a porta dava perfeitamente para abrir. Entrei e fechei a porta, rapidamente, colocando à sua frente, arrastando-os, alguns dos móveis que tinha no interior daquela casa. Logo depois, olhei pela janela e todos tinham desaparecido.

Iniciei, desesperadamente, por retirar todos os móveis à frente da porta. Abri-a e saí daquela casa. Havia bruxas a voarem pelo céu, bruxas a conversarem no parque, bruxas a caminharem pela rua e por incrível que pareça, o céu estava claro. A maior parte delas era assustadora, muitas tinham um nariz gigante, verrugas e tinham um chapéu negro, da mesma cor da roupa. Muitas encaravam-me de forma estranha, como se fosse uma intrusa. No entanto, uma bruxa veio ter comigo e disse-me:

-Ora, ora, ora… uma coisa estranha… uma humana! Coisa rara por aqui! Vem comigo e dar-te-ei algo para comer.

-Não é necessário, obrigada. Pode me dizer onde estou, por favor? -perguntei-lhe.

-Venha comigo e contar-lhe-ei tudo. -Insistiu, com um sorriso estranho, desdentado e assustador.

-Realmente não é preciso. Só quero saber onde estou. -Informei-a, dando pequenos passos para trás.

-VOEM ATRÁS DELA! -gritou, dando uma ordem para as outras bruxas.

Olhei para cima, e várias voavam na minha direção e, sem pensar duas vezes, corri em direção à outra casa. A porta estava presa, mas com um pouco de força, consegui abri-la. Entrei, rapidamente e, quando fechei a porta, todo o barulho parou.

Abri a porta, a medo, e espreitei para ver se elas ainda estavam ali… não estavam. Desta vez, havia fantasmas a voarem. Provavelmente eram pessoas que já tinham morrido, e cada fantasma tinha as marcas da sua morte. Muitos não tinham nenhuma, pois talvez tivessem morrido de velhice. Avistei um que tinha a marca de uma bala no peito, outro tinha o pescoço partido e outro estava apenas cheio de sangue (não consegui perceber o acidente). Andei pela rua, apavorada, à procura da saída daquele lugar sombrio. Enquanto andava, vi um fantasma a vir na minha direção e, sem mais, nem menos, senti-o a trespassar pelo meu corpo e logo a seguir… acordei. Terá sido um sonho? É que, desde esse momento, nunca mais fui a mesma…