Numa noite de outono, escura e a chover,
Com o vento a uivar e o frio a fazer tremer,
Viajava num carro, de cor indefinida
A toda a velocidade, uma família unida.
Dentro dele, a família, com uma pressa danada,
Mãe, pai, filho e filha, todos em jornada.
Mas o nevoeiro surgiu, denso e profundo,
E no meio daquela chuva, perderam o rumo ao mundo.
A barriga roncava por vazia estar
Decidiram então que tinham de ir comer,
No GPS, a busca de onde jantar
Encontraram um "restaurante", mas com um toque de tremer.
“Restaurante Chernobyl, Portugal,” surgiu no ecrã,
E o carro, rumo àquele lugar, seguiu sem hesitar,
Mas as luzes começaram a piscar, e o pai pensou:
“Vi um vulto… ou será que estou a sonhar?”
Os filhos e a mãe disseram, com medo no olhar:
“Eu também vi algo a passar!”
Quando olharam ao lado, uma velhota a espreitar,
Com um lampião na mão, a brilhar no ar.
Toda a família ficou a duvidar,
Mas entraram no restaurante, e logo a porta a fechar!
Luzes a piscar e voz assustadora a gritar:
“Entraram no meu jogo, hahaha, vai ser de assustar!”
Procuraram por quem falava, mas a ninguém viam,
Até que uma velha apareceu, e a todos desafiou:
“Vamos jogar xadrez, quem ganhar sairá,
Mas quem perder, comigo para sempre ficará!”
Eles hesitaram, mas a fome obrigou a aceitar,
Sentaram-se à mesa, e a velha a explicar:
“Se eu perder, todos podem escapar,
Mas se eu ganhar, aqui eternamente vão ficar!”
O pai, confiante, sorriu sem medo,
Sabia que o xadrez não tinha segredo.
Cinco vezes campeão, com habilidade a brilhar,
Fez xeque-mate em dez jogadas, sem parar.
E assim, a família escapou do lugar maldito,
Deixando para trás aquele sítio tão esquisito.
Com risos e alívio, o carro seguiu a estrada,
E Chernobyl ficou para trás, mas será uma história lembrada...