Estou à espera de quê?
De pôr maquilhagem para cobrir as marcas
Feitas por alguém que
"Nunca me iria bater"?
À espera de usufruir da minha privacidade
De ter alguma liberdade?
Mas eu sei, sei o que dizes:
Não fizeste por mal
Tens razão...és o único que me ama
Que me quer, que me vai querer
E mudaste e já não voltas a fazer
Eu já sei: tu prometes
E eu faço um esforço imenso
Para crer nesse teu lamento
Ainda que em sofrimento
Mas, sabes?, o meu amor não mudou
Porém, mudou tudo o resto
E eu não posso ficar
Onde me fazem sentir
Que eu não presto.
«Coitado, vem cansado, e não está feito o almoço»
«Bebeu uns copos, umas cervejas com um pires de tremoço»
E eu? Eu tento acalmá-lo como posso
Não compensa!
Não sou só eu! Milhares de nós
Já caíram nessa manipulação,
Já amámos uma ilusão, deceção,
Que hoje seja o dia em que aprendamos a dizer: "Não!"
Hoje tracemos os limites e paremos o disco riscado
que toca sempre a mesma canção.
Eu sei: há o medo do que possa acontecer
Talvez o medo pela solidão,
mas o Amor não é violência
E tu sabes isso no teu coração!
Mesmo que não pareça
Há outra opção para além desse sufoco
Para lá desse silêncio
Ainda que imenso!
Uma chamada...
Uma chamada é a porta que tu procuras
Para a certeza que tu mereces:
segurança e serenidade!
Amor não é violência: é liberdade!
(adaptado) Maria Caetano Vilalobos