Estava eu a caminho da escola, a pensar para mim mesma que seria um dia como todos os outros... mal sabia eu que se ia instalar o caos.
Enquanto eu e alguns amigos caminhávamos em direção à sala para a nossa primeira aula, ouvi alguns berros! Então disse:
- Malta, estão a ouvir gritos, ou estou a ficar maluca?
- Ainda bem que falas! Também estou a ouvir- concordou uma amiga minha.
- Parecem vir do corredor, acho melhor irmos ver. - sugeriu um outro colega.
Lá fomos nós e quando chegamos lá vimos um grupo de rapazes que estava a gritar insultos, ofensas e coisas do pior.
- Nunca devias ter nascido! - trovejava um.
- Não sei como é que a tua família gosta de ti, sua macaca- gritava outro mais alto.
- Metes-me nojo!!! - guinchou um terceiro, acrescentando - A escola não é lugar para animais!
- Se eu fosse tua mãe, já te tinha deixado no lixo.
Começámos a perceber o que acontecera naquele momento, era um puro ato de racismo, mas, para ter a certeza, aproximamo-nos e vimos uma menina a chorar, desesperada, no chão, com a mochila toda rasgada e os óculos partidos.
- Vocês não têm noção?! - gritou um amigo meu.
- Não entendo que tipo de pessoas é que vocês são para conseguirem fazer isto a alguém! - disse eu.
Eles desataram a fugir, covardes, mas, felizmente, nós conseguimos ver a cara deles para testemunhar o acontecido e fazer justiça.
Não hesitei: fomos eu e mais duas amigas a correr, em pânico, chamar um adulto, enquanto outros ajudavam-na a levantar-se.
Eu ainda não conseguia acreditar na cena que vira, as pessoas conseguem mesmo ser horríveis a níveis extremos.
Trouxemos uma auxiliar connosco e fomos diretamente à enfermaria para ver se estava tudo bem, e logo de seguida, dirigimo-nos à Direção para contar a história toda.
Estávamos todos em choque com o que ela contara, inclusive o Senhor Diretor,. Deixámos tudo registado e ficámos com a certeza que consequências justas iriam ser aplicadas.
Matilde Pinheiro Magalhães n°18 8ºC