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Queria desejar um feliz dia do Pai aos pais de coração. Os
pais de coração são-no, porque têm um. Precisamente no sítio onde, infelizmente,
não raros progenitores têm uma pedra. Um calhau. Um calhau que acaba por empedernir
todo o seu patético ser…
Já os pais de coração
são feitos de luz. São como anjos que aparecem na vida das crianças para as
resgatar. De quê? Já não importa, porque os pais de coração fazem esquecer quaisquer
más memórias. O sangue que corre nas veias dos pais de coração é de todas as
cores: vermelho como o amor, azul como a serenidade, branco como a paz, verde
como a esperança, cor-de-laranja como os raios de sol, cor-de-rosa como os
sonhos das crianças…
Os pais de coração sabem que o sangue que corre nas veias dos
filhos é o sangue dos filhos. E amam-nos assim. Mesmo que façam uma transfusão,
amam os filhos. Os pais de coração estão a borrifar-se para a herança genética.
Importam-se, sim, com o seu legado: educar os filhos com presença, carinho,
ternura, cuidado, proteção e amor. Os filhos dos pais de coração sabem que não
foram um acaso, nem um erro de cálculo, nem um imprevisto, nem uma ocorrência
não planeada, nem um preservativo danificado ou o esquecimento de tomar a
pílula. Não foram um frete com revirar de olhos, nem uma imposição inconsentida
nem uma agressão abusiva.
Os pais de coração escolhem ser pais e (tirando raríssimas
exceções, tão residuais como lamentáveis) são pais maravilhosos, são pais com
as rédeas da paternidade, não se demitem, não delegam, não armazenam os filhos
(nem sequer na escola, que tem forma, aparência e cheiro de armazém). Confiam
na escola como excelente parceira de jornada nesse caminho maravilhoso que é ajudar
a crescer.
Como os pais de coração agem com o coração não descem à
brutalidade de bater nos filhos, não enveredam pela via mais fácil da pedagogia
da bordoada, não se contentam com o patamar mínimo de não matar os filhos, nem
equacionam o filicídio. “Apanhei umas quantas bofetadas e não morri”. Parabéns!!!
Que bom para ti!!! Não morreste por linchamento parental…que orgulho!!! “Batam
em latas, rompam aos saltos e aos pinotes, façam estalar no ar chicotes, chamem
palhaços e acrobatas” como diria o Sá-Carneiro, o Mário de, não o
Francisco.
Assim, que todos os dias sejam dias felizes para os pais de
coração. Com coração. Que agem pelo coração. Os outros, os progenitores que não
sabem ser pais, não merecem celebração…nem dela poderiam usufruir, ocupados que
estão à procura de uma consciência…
A Coordenadora de Bibliotecas Escolares do Agrupamento Escultor António Fernandes de Sá,
Sílvia Pinto